LISTA | Nem Oppenheimer e nem Interestelar: Conheça os melhores filmes de Christopher Nolan
- Roger Caroso
- 26 de jul. de 2023
- 9 min de leitura
Atualizado: 8 de jun. de 2024
Diretor conta com 25 anos de carreira e assina a direção de 12 longas

Com o lançamento de Oppenheimer, o diretor Christopher Nolan tem sido um dos nomes mais comentados dos últimos dias. Reconhecido por um padrão de excelência em suas produções, Nolan é um dos diretores mais bem avaliados da última década. Porém, nem sempre o diretor conseguiu agradar todo mundo. Pensando nisso, o Moqueka decidiu ranquear todos os 12 filmes produzidos pelo diretor, indo do pior ao melhor.
12 - Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge (2012)

O capítulo final da trilogia do Batman de Christopher Nolan passou por sérias mudanças após o triste falecimento do ator Heath Ledger. Dessa forma, a ideia original de utilizar novamente o Coringa teve de ser descartada e reescrita do zero.
O novo grande antagonista? Bane, um dos mais célebres e ameaçadores vilões do Morcego de Gotham, aqui sendo interpretado por Tom Hardy. Junto a ele, a maior anti-heroína do universo do Batman, a Mulher-Gato, com Anne Hathaway dando vida à personagem. Além disso, tivemos a vilã surpresa, Marion Cotillard como Talia Al Ghul, filha de Ra's Al Ghul, vilão de "Batman Begins".
O grande inimigo desse filme é o seu roteiro, visto que diversas decisões criativas sobre Bruce Wayne/Batman são super questionáveis e o número de tramas ao mesmo tempo acaba atrapalhando o espectador. Contudo, o ponto de maior desgosto popular é o "plot twist" inserido aqui, devido sua previsibilidade, sua natureza desnecessária e leva para a infame cena da morte de uma personagem.
Maior não quer dizer melhor. Nolan apostou na grandiosidade para ultrapassar seu antecessor, mas o requinte narrativo de "Batman: O Cavaleiro das Trevas" não é encontrado na sua sequência. No final das contas, continua sendo um bom filme, mas em meio a qualidade anteriormente estabelecida, "The Dark Knight Rises" acaba caindo bastante.
Nota: 3,5/5
11 - Following (1998)

O primeiro filme do ainda jovem Christopher Nolan foi feito com dinheiro do próprio bolso e incessantes ensaios para diminuir os custos, mas já mostrava toda criatividade e inventividade do diretor.
Following tem uma premissa que parece simples, um jovem escritor está sem criatividade, então começa a seguir pessoas para ver se lhe surge alguma ideia, até que ao seguir um ladrão ele ensina sobre como roubar.
Desde aqui a estrutura não linear já fazia parte do estilo do diretor, usando essa técnica para embaralhar a trama e trazer questionamentos ao espectador. O refino técnico que seria tão conhecido futuramente ainda não era muito forte aqui, foi um filme muito barato e que mostrava que Christopher Nolan tinha potencial, mas ainda era muito Cru.
Nota: 3,5/5
10 - Tenet (2020)

O tão aguardado retorno de Nolan para a ficção científica chegou num momento extremamente conturbado no mundo real, no meio da pandemia no Covid-19. O diretor tinha o desejo que sua obra fosse apresentada nos cinemas, pois assim foi idealizado, toda essa questão acabou ofuscando o filme em si.
O longa tem uma premissa bem direta, o protagonista interpretado por John David Washington foi encarregado de uma missão secreta de salvar o mundo, mas essa missão envolve a inversão do tempo. O conceito temporal é realmente direto, mas pode confundir o seu espectador, mesmo as situações se encaixando muito bem.
Trazendo o seu próprio filme de espionagem, a mistura do sci-fi com ação funciona bem para suas tensões e seu grande cataclisma. É mais um filme muito bem feito, grandes pontos técnicos, mas a sua narrativa não encanta e conquista o espectador.
Nota: 3,5/5
9 - Insomnia (2002)

Pondo lado a lado os mestres da atuação, Al Pacino e Robin Williams, Christopher Nolan apresenta o seu primeiro filme de estúdio, um suspense policial não muito convencional.
Por mais que seja um remake do filme norueguês de 1997 de mesmo nome, o diretor conseguiu dar sua identidade ao filme, mesmo sendo o único filme de sua carreira em que não escreveu o roteiro. Aqui ele dá o seu toque diretamente pela sua direção inteligente.
Uma grande sacada do filme foi designar Robin Williams como antagonista, como um assassino calculista, pondo esse ator fantástico em um papel completamente diferente do usual. Al Pacino com o seu clássico estilo sisudo, um homem de meia idade e complicado.
A dualidade nas decisões dos personagens são um grande ponto, trazendo questões muito boas e instigantes. Christopher Nolan já havia evoluído bastante como diretor nesse ponto, mas as cenas de ação ainda deixavam um pouco a desejar.
Nota: 4/5
8 - Dunkirk (2017)

O épico de guerra de Christopher Nolan. Um filme duro, sujo e agonizante, esse filme retrata a retirada dos soldados britânicos e franceses da praia de Dunkirk enquanto os alemães avançam para a ocupação do eixo.
De forma técnica, esse pode ser considerado o seu mais impressionante, uma veracidade nas cenas que hipnotiza em momentos de batalha. Contudo, por se tratar de alguns cenários mais introspectivos e pegando diretamente a visão de seus personagens, há quem o ache monótono ou até mesmo chato.
Para mim o pecado realmente é sua narrativa, a falta de um único clímax acaba deixando o filme mais dividido e espalhado do que concentrado. Todavia, consigo enxergar o apelo nessa decisão, já que o filme aborda diferentes frentes em que a batalha ocorreu, não podendo dar a todos eles um mesmo final.
Nota: 4/5
7 - Batman Begins (2005)

Mesmo tendo tomado grandes liberdades criativas, foi o necessário para que Nolan conseguisse desvencilhar a imagem do Batman ao personagem carnavalesco dos filmes dirigidos pelo saudoso Joel Schumacher.
"Batman Begins" se tornou a origem definitiva do morcego encapuzado. A obra é até hoje reverenciada e copiada quando se tenta contar a história de origem de um personagem dos quadrinhos. Passando pela morte de seus pais, seu treinamento e volta para Gotham, Christian Bale convence todos de sua qualidade e seriedade no papel, conseguindo desenvolver Bruce Wayne rapidamente na trama.
O resto do elenco é quase inteiramente impecável, passando por gigantes do cinema como, Morgan Freeman, Michael Caine, Rutger Hauer, Gary Oldman e Liam Neeson até o ainda pouco conhecido Cillian Murphy. Infelizmente não é só de glórias que vive o elenco, Katie Holmes entrega uma atuação nada empolgante com a personagem criada para o filme, Rachel Dawes, que é o grande interesse amoroso de Bruce.
O universo do Batman teve uma boa tradução para as telas, não tão fantasiosa como de seus antecessores, buscando juntar a lógica urbana com a fantástica do personagem. Nesse primeiro filme eu acredito que fica bem intercalado, o metrô suspenso e toda a parte do bairro/ilha de "Narrows" ajudam nesse sentimento.
No geral, um grande filme, a introdução das introduções, o filme que direcionou muito do que a indústria faria nos anos subsequentes. Um bom Batman, um bom Bruce, coadjuvantes que funcionam muito bem e vilões que poderiam ter ido além (mas esse problema definitivamente seria resolvido na sequência).
Nota: 4/5
6 - Interestelar (2014)

O filme do amor…. Ou será do ódio? Interestelar é provavelmente o filme mais divisivo do diretor, com muitos os considerando seu melhor filme, enquanto outros acham o seu pior.
Essa viagem espacial de amor, tempo e física é visualmente impecável, gerando algumas das mais belas imagens da história do cinema. A dedicação ao tornar todos os seus cenários intergalácticos factíveis é louvável, toda a paixão que o diretor colocou ao construir essa obra é fascinante, tendo estudado muito sobre física espacial para realizar esse longa.
Super inspirado na obra-prima de Stanley Kubrick, "2001 - Uma Odisséia no Espaço", Nolan busca deixar sua marca, sua contribuição para um avanço técnico e tecnológico do cinema, dando a sua cara e estilo pessoal para sua própria odisséia no espaço.
Sua belíssima mensagem ecoa sobre o filme, das barreiras que um amor pode passar por cima de qualquer obstrução, seja ela o tempo, seja ela a distância. A relação de Cooper e Murphy ultrapassou os limites da física, sendo esse o ponto de tanta divergência popular, será que o poder do amor realmente poderia resolver uma trama espacial?
Nota: 4,5/5
5° - Oppenheimer (2023)

De cara, a mais nova obra do diretor, "Oppenheimer". Mesmo se tratando de uma cinebiografia, o filme toma contornos épicos. A história de J. Robert Oppenheimer e seu trabalho na construção da bomba atômica não são tratados de forma nacionalista ou glorificante, mas sim de muita dor e arrependimento.
Como de praxe, o requinte técnico deste filme é inacreditável, seja no design de produção, fotografia, edição ou trilha sonora, impecável. Com uma poderosa atuação, Cillian Murphy comanda a obra, dando ao seu personagem uma série de camadas tendo a grande atuação de sua carreira.
O excelente trabalho do elenco não para por aí, já que a lista de coadjuvantes é enorme, com cada um tendo seu momento de brilhar, vide: Robert Downey Jr, Emily Blunt, Florence Pugh, Benny Safdie e até Josh Hartnett.
Por mais que a figura seja extremamente controversa, "Oppenheimer" não busca glorificar seu personagem título. Desde o início é mostrado que mesmo sendo brilhante, era alguém cheio de falhas e que acabou cometendo uma série de erros que viria a se arrepender futuramente.
O diretor entregou mais uma grande obra, conquistando novamente o apreço do público e da crítica após alguns anos. Um trabalho muito forte, mas igualmente bem detalhado e extremamente técnico.
Nota: 4,5/5
4 - A Origem (2010)

Neste filme, Christopher Nolan volta para a temática que lhe colocou em evidência, filmes criativos, grandes obras que conseguem misturar a inventividade narrativa o visual.
Em um mundo que é possível se adentrar nos sonhos das pessoas, "A Origem" toma proporções enormes, aplicando conceitos complicados em uma trama de suspense e ação que conquista imediatamente a atenção do espectador. Eu costumeiramente gosto de indicar esse filme para pessoas que não conhecem o diretor, já que é um filme que consegue encantar e impressionar quem o assiste.
Com elenco recheado de grandes nomes, como Leonardo DiCaprio e Elliot Page, o destaque acaba indo para o seu rigor técnico. O cuidado com que tudo nessa obra foi feito beira o inacreditável, as espetaculares cenas que misturam efeitos práticos com complementos em CGI deslumbram. E isso tudo, contando com uma trilha sonora inesquecível do mestre Hans Zimmer junto com a música que nos acompanha por todo filme, "Non, je ne regrette rien" da saudosa Édith Piaf.
"A Origem" continua como um dos grandes filmes não só do diretor, mas de toda a década passada, tendo sido um sucesso de crítica e ainda mais de bilheteria.
Nota: 4,5/5
3° - Amnésia (2000)

Após sua estreia diretorial em 1998 com o filme independente e quase sem orçamento "Following", Nolan chamou atenção das pessoas certas. Assim, conseguiu o financiamento para aquele que seria o seu sucesso, "Amnésia".
Com um orçamento 1.500x maior, Nolan foi capaz de produzir um clássico instantâneo. Uma obra que se popularizou graças a sua escolha criativa de seguir uma narrativa não-linear, abordando a história fora de sua cronologia. Conquistando o espectador com a criatividade da direção e edição junto ao roteiro bem trabalhado.
Guy Pearce interpreta Leonard Shelby, um homem que está em busca de vingança pelo assassinato de sua esposa, contudo, ele não consegue se recordar de eventos recentes, lhe obrigando a escrever todos seus movimentos e tatuar informações importantes.
O filme projetou mundialmente a carreira de Christopher Nolan, sendo um sucesso de crítica e dando ótimos retornos financeiros. Abrindo suas portas para uma grande parceria com a Warner Bros.
Nota: 5/5
2 - Batman: O Cavaleiro das Trevas (2008) 5/5

Mesmo após reações mornas e uma bilheteria não tão impressionante, Nolan foi encarregado de uma sequência para "Batman Begins". A produção de cara teve muitos questionamentos, pois Heath Ledger não era considerado um grande ator e teria responsabilidade de suceder o grande Jack Nicholson, mas essas dúvidas seriam sanadas de forma histórica.
Lançado meses após o falecimento de Ledger, "Batman: O Cavaleiro das Trevas" foi de cara um sucesso gigantesco. Agradou a crítica e teve uma bilheteria recorde, imediatamente começou o debate se esse era o melhor filme de super-heróis já feito.
15 anos depois de sua estreia, o filme ainda é considerado o melhor de seu gênero para este que vos fala. Dezenas de filmes de super-heróis foram produzidos nesse tempo, mas nenhum que chegasse ao seu patamar. Essa obra é a junção perfeita do universo dos quadrinhos com uma trama de suspense, contendo o vilão mais icônico e marcante até hoje, o Coringa de Heath Ledger.
Assim como o Príncipe Palhaço do Crime, o Duas-Caras teve uma nova versão e dessa vez o trabalho foi espetacular. Todo dilema moral envolvendo o personagem contamina a trama, sendo até hoje uma das melhores transformações de herói para vilão do cinema. O Batman de Christian Bale é novamente impecável, em busca da justiça ele perde tudo novamente, mas sem deixar a esperança de Gotham City morrer.
Nota: 5/5
1 - O Grande Truque (2006) 5/5

Minha decisão na primeira colocação é certamente não muito usual. "O Grande Truque" é um belíssimo filme que acaba ficando escondido em meio a ótima filmografia do diretor, que para mim, aqui encontra seu ápice.
A história dos dois mágicos rivais, que são como cara e coroa de uma mesma moeda, pode não parecer na superfície algo tão maravilhoso ou deslumbrante como em outras obras do diretor, mas o seu subtexto e sentimento é o mais forte de todos.
A beleza escondida em meio a narrativa de gato e rato vai nos carregando pela trama, nos fazendo acreditar nas mais diversas suposições e teorias, para no final, termos um dos maiores momentos da carreira do diretor.
"O Grande Truque" vai além do seu refino técnico, além das maravilhosas atuações de seu elenco, composto por estrelas, tal qual Hugh Jackman, Christian Bale e Scarlett Johansson, o filme nos pega no contrapé, nas nossas expectativas e experiências. Uma obra que com certeza merecia ser mais comentada e apreciada, a forma com que eu trouxe o filme pode parecer vaga, mas é essencial para aproveitá-lo da melhor maneira.
E claro, a célebre frase do filme serve para todos nós enquanto o assistimos, "Eles não estavam prestando a devida atenção…".
Nota: 5/5
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