CRÍTICA | Ruim pra Cachorro: A Risada Animal
- Victor Lee
- 28 de set. de 2023
- 3 min de leitura
Atualizado: 8 de jun. de 2024
Segure os cachorros! Porque nessa quinta-feira (28), chega nos cinemas brasileiros o filme ‘Ruim pra Cachorro’. O longa de comédia é dirigido por Josh Greenbaum e escrito por Dan Perrault. A história gira em torno de um cachorro ingênuo e adorável da raça Border Terrier, o Reggie, que acaba sendo abandonado pelo seu antigo dono.

Após seu abandono, a vida do Reggie virou de ponta a cabeça até seu caminho se entrelaçar com Bug e sua turma, assim começando uma divertida amizade. Além de Reggie e Bug, a equipe é formada por Maggie, uma inteligente pastora australiana deixada de lado pelo novo cachorrinho de seu dono, e Hunter, um Dogue Alemão ansioso que está estressado por seu trabalho como um animal de apoio emocional.
O longa se mostra versátil por conseguir abordar bem os problemas do quarteto canino de maneira cômica e muitas vezes fora da caixinha, assim tendo que lidar com as dificuldades ao longo do caminho, seja na questão alimentar, seja para fugir da carrocinha. Outro ponto é como as piadas enriquecem o filme mas, ao mesmo tempo, podem ser um obstáculo por estarem presentes de forma um tanto exagerada. No entanto, nada que não seja moldado pelas risadas e na torcida do público no grande objetivo de vingança do Reggie.
Dublagem original vs brasileira
Um dos pontos-chave da produção é o uso do CGI na dublagem dos animais. Essa técnica não é nova, podendo ser vista em: Perdido pra Cachorro (2008), Como Cães e Gatos (2001) ou até mesmo Vira-Lata (2007). Porém, o que ganha destaque é o elenco de dublagem, tanto o original quanto o brasileiro. A equipe conta com as vozes de Will Ferrell (Pai em Dose Dupla), Jamie Foxx (Django Livre), Isla Fisher (Confessions of A Shopaholic), Randall Park (BlockBuster), Rob Riggle (Holey Moley) e Sofía Vergara (Modern Family). No elenco humano, o ator e comediante Will Forte é o principal destaque.

No Brasil, um dos dubladores mais renomados de nosso país, Wendel Bezerra, empresta sua voz para Reggie, enquanto Fábio Rabin interpreta Bug. Um grande acerto do cast foi a mescla de dubladores e comediantes, dado que estes últimos trazem um tom de politicamente incorreto para as falas, enriquecendo o roteiro brasileiro para a trama.
De humoristas, temos Bruna Louise, Thiago Ventura, Marcio Donato, Afonso Padilha e Dihh Lopes. Uma coisa que fica explícita já nos trailers é a forma que o enredo e a dublagem trabalham, trazendo referências do Brasil, além dos xingamentos e piadas que funcionam muito bem. Algo que já é bem frequente na cena das comédias voltadas para a plateia que acompanha esses comediantes nos seus shows.
É comédia, mas é a Realidade!?

Por mais que seja focada na comédia, a obra abre brecha para assuntos sérios, como o abandono e a violência contra animais. Will Forte, que dá vida a Doug, é o principal vilão. O antagonista comete maus-tratos a Reggie, além de agressões físicas, oral até ultrapassar do ponto abandonando o seu cão em outra cidade, encarando isso de forma normal, servindo quase de paralelo para um relacionamento abusivo, em que o agressor nunca enxerga o que ele próprio faz como algo deplorável.
Segundo a Lei 9.605/98, artigo 32, a pena para quem comete o crime de maus-tratos aos animais prevê de três meses a um ano de detenção. Recentemente, a pena para violência contra cães e gatos aumentou de 2 a 5 anos de prisão, com um acréscimo de um sexto a um terço se o crime causar a morte do animal. Então se ligue! Porque Ruim pra Cachorro só o título do filme.
O Veredito Canino
Diferente de qualquer clichê de cachorros falantes, ‘Ruim pra Cachorro’ apresenta bem sua comédia, não como em Ted (2012), que traz um urso de pelúcia, mas cães reais buscando uma vingança um tanto quanto louca. Contudo, é importante ressaltar que o filme de fato funciona muito bem DUBLADO, por explorar os comediantes de Stand-Up do Brasil.

Com suas piadas de duplo sentido ou até mesmo diretas, é uma boa recomendação para quem busca rir até chorar. Mesmo com 1h30 o longa não é cansativo e consegue colocar um ponto final na trama do Doug e do Reggie com aventura e uma reflexão. Um dos pontos que podem pesar são os mesmo que deixam o filme engraçado - será que o excesso é bom? Acho que essa resposta só vai ser respondida correndo para o cinema para acompanhar as aventuras de Reggie e sua gangue.
Nota: 3/5 🐶
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