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O retorno às raízes do Linkin Park com From Zero

From Zero Linkin Park
Nova formação do Linkin Park

Linkin Park é um dos poucos nomes do rock atual que consegue mover multidões mesmo após décadas de trajetória. Integrando novas figuras nos vocais (Emily Armstrong, cantora do Dead Sara) e na bateria (Colin Brittain), a banda retornou oficialmente “do zero”, como intitulado no seu novo disco: “From Zero”.


Lançado no dia 15 de novembro, o novo álbum do grupo liderado por Mike Shinoda está dando o que falar, e o Moqueka não podia ficar de fora dessa. Confira a review completa:


O Disco

Com 11 faixas, sendo 1 introdução, “From Zero” tem 31 minutos de duração - um tempo metodicamente adaptado à era do streaming. Incorporando elementos de várias fases da banda, podemos notar um esforço da banda de resgatar suas origens, mas sem deixar de lado a reinvenção de seu som.

From Zero Linkin Park
Capa do Album From Zero

‘The Emptiness Machine’, single que marcou o retorno oficial do Linkin Park, dá o gostinho inicial do que vai ser o disco: uma jornada entre a doçura e a agressividade da voz de Emily. A faixa traz características próprias que catapultaram a banda ao estrelato - você consegue escutar e dizer: isto é Linkin Park!


‘Cut The Bridge’ chama a atenção por um início nostálgico, similar às faixas do álbum “Meteora” (2003). O riff inicial chiclete se mantém durante toda a canção, enquanto os vocais entregam uma experiência renovada, mostrando que a banda vai apostar em novas levadas líricas: Emily nos agudos e Mike em versos repetitivos no refrão. No break da música, com ambos cantando em uníssono, a união dos dois se comprova certeira!


‘Heavy Is The Crown’ já nasceu gigante, ela é o tema oficial do Mundial de League of Legends deste ano, um dos maiores games da atualidade. Assim como ‘The Emptiness Machine’, a faixa incorpora elementos clássicos da banda, proporcionando uma sensação nostálgica principalmente com os efeitos eletrônicos que relembram o álbum ‘Living Things’. O que chama MUITA atenção aqui são os screams da Emily Armstrong: simplesmente 17 segundos consecutivos rasgando os vocais. Após ser bastante criticada no single que marcou sua estreia no Linkin Park, aqui ela provou para o que veio, e (por ironia do destino) expressou isso no impactante verso “This is what you asked for!”.


Depois de um balde de água fria nos críticos, Emily teve a oportunidade de cantar uma música inteira em “Over Each Other” - praticamente uma canção solo. O contraste é grande com a faixa anterior, funcionando quase como um “respiro” depois de um início de álbum tão intenso. A música remete muito ao último disco em vida de Chester Bennington, o “One More Light” (2017), onde a banda reinventou completamente sua sonoridade, inclinando-se no Pop. Olhando por esse lado, ainda há um pouco de Linkin Park nesta faixa, apesar de não ser uma das mais marcantes de “From Zero”.


Descansou? Pois “Casualty” chega com os dois pés na porta! Emily já inicia rasgando a voz e Mike Shinoda explora algo que nunca havia feito antes: os screams. O refrão é o mais puro suco do álbum “The Hunting Party” (2014): riffs pesados de metal, baterias frenéticas e claro - muita gritaria! Outro elemento que chama atenção aqui são os drives da nova vocalista, inseridos simultaneamente com os raps de Shinoda, uma característica primordial na identidade do Linkin Park.


Novamente como uma forma de ‘respirar’ o ouvinte, “Overflow” é carregado de elementos eletrônicos, vocais harmoniosos e uma longa introdução de 45 segundos. Esta é mais uma faixa experimental da banda, que mesmo fazendo um resgate às raízes, também se mostra aberta a novas ideias. Apesar da aposta em algo diferente, é uma faixa que passa despercebido frente às outras.

From Zero Linkin Park
Emily Armstrong e Mike Shinoda em Show

O último single pré-lançamento de “From Zero” não podia ser outro. “Two Faced” impressionou o mundo com os raps frenéticos de Mike Shinoda e um drive absolutamente nostálgico de Emily Armstrong. Um refrão grudento e uma letra profunda representando um conflito interno de um relacionamento rodeado por mentiras e incertezas marcam a lírica da faixa. Mas precisamos falar da segunda metade da música… A cantora ex-Dead Sara inicia sussurrando enquanto prepara um dos screams mais insanos da banda até então, fazendo referência direta a “One Step Closer” (inclusive nos scratchs de Joe Hahn) - quer mais ‘Linkin Park’ que isso? Os gritos se fazem presentes até o fim da música, provando que ela se encaixou perfeitamente à estética da banda e perpetuando o legado de Chester (que fazia isso com uma facilidade invejável).


Apropriada para um Pop Rock, “Stained” entrega, particularmente, um dos mais belos vocais de Emily nesse início no Linkin Park. A canção é emocional e reverbera profundamente no refrão, característica principal da fase “One More Light” da banda. Dentre as faixas mais ‘tranquilas’, esta é a que mais se destaca.


Da água pro vinho, “IGYEIH” potencializa os drives de Emily Armstrong, entrega um riff de metal insano e ainda conta com elementos eletrônicos. Apesar da pouca participação de Mike Shinoda nos vocais, a voz de Emily não se satura e ainda é testada na parte final da música com um scream alucinante que perdura até os últimos segundos. Esta é mais uma demonstração explícita da grande capacidade vocal da corajosa cantora que topou renascer uma das maiores bandas de rock do século.


O álbum não poderia encerrar com uma faixa mais profunda que “Good Things Go”. A canção traz tons melancólicos e uma mensagem que explora intimamente os demônios pessoais e o impacto da saúde mental nos relacionamentos, como a sensação de ir perdendo alguém à medida que as “coisas parecem estar bem”. Emily vai subindo os agudos até chegar no fim da música com o sentimento de estar sem fôlego para falar mais nada, uma lírica que era muito explorada por Chester Bennington antes de partir.


Repercussão meteórica

Com pouco mais de 1 semana de lançamento, as 10 músicas de “From Zero” chegaram no Top 100 global do Spotify e é o segundo álbum mais ouvido na plataforma no Brasil. A força e o impacto da banda segue firme e forte, conquistando uma nova geração mas respeitando os fãs old school. De uma coisa tenho certeza: ainda ouviremos falar muito sobre Linkin Park por aí.



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