LISTA | 6 Joias escondidas no catálogo da Netflix
- Roger Caroso
- 16 de out. de 2023
- 4 min de leitura
Atualizado: 8 de jun. de 2024

A Lula e a Baleia (2005)

Para começar a lista, vai um filme considerado até cult. O estadunidense "The Squid and The Whale" foi o longa que deu grande reconhecimento ao hoje renomado diretor e roteirista Noah Baumbach.
Aqui temos uma história que desde seu princípio já é complicada, a separação de um casal com dois filhos. A temática é dura e o filme não tem medo de mostrar isso, seja em momentos de dor, incômodo ou até de raiva e ódio.
Noah Baumbach dirige e roteiriza o filme em um tom de realidade crua e cínica, com diálogos afiados, além de um grande sentimento de desgaste e desgraça. Gerando teve uma grande repercussão com a crítica, tendo recebido diversos prêmios e sendo indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original.
Carne Trêmula (1997)

Cruzando o Atlântico, vamos para a Europa com o filme espanhol, "Carne Trémula". Este foi o 12° longa dirigido pelo lendário Pedro Almodóvar. Aqui temos a participação das estrelas (e futuro casal) Javier Bardem e Penélope Cruz, que ainda estavam em início de carreira, mas mostravam grande talento.
A obra é uma adaptação do romance britânico "Live Flesh" (1986) de Ruth Rendell, transferindo não só a trama da Inglaterra para a Espanha, mas dando um toque próprio. Durante um segundo encontro com a prostituta Elena, Victor Plaza acaba se envolvendo em uma briga com a moça, que resulta num confronto dele com os policiais Sancho e David.
As clássicas características melodramáticas (ou até mesmo novelescas) de Almodóvar aqui são novamente presentes. Um estilo tão bem dominado por ele, que em outras mãos poderia resultar em um filme bobo e esquisito. Contudo, aqui temos um baita longa, que prende o espectador junto a esses personagens tão interessantes.
O Quinto Set (2020)

Permanecendo no velho continente, vamos passar da fronteira da Espanha para a França. "5ème set" é provavelmente o filme mais aclamado pelos apaixonados pelo esporte Tênis (eu incluso).
O longa conta a história de Thomas Edison, um veterano jogador de tênis que está a beira do fim de sua carreira aos 37 anos. Contudo, ainda quando jovem ele era a maior promessa francesa no esporte, chegando na final de Roland Garros aos 18 anos. Mas sua derrota nessa partida acabou gerando traumas ainda a serem superados, mas graças ao seu declínio físico e problemas pessoais, o passado continua o atormentando.
O diretor Quentin Reynaud buscou ao máximo trazer a dureza e intensidade da vida de um jogador profissional de tênis, mas sem o estrelato, e sim com a batalha diária de alguém fora do top 100. A produção do filme foi tão a fundo na veracidade que até conseguiram a permissão para gravar cenas no complexo de Roland Garros, dando ainda mais realismo para a obra.
A Mão de Deus (2021)

Indo bem mais ao sul, chegamos na Itália, mais especificamente na cidade de Nápoles, com "È stata la mano di Dio". A obra do ilustre Paolo Sorrentino faz parte dessa onda recente em que diretores fazem filmes quase autobiográficos, como Spielberg em “The Fabelmans” e Charlotte Wells em “Aftersun”. Aqui não é diferente, mas possuindo uma característica fundamentalmente intrínseca à narrativa, a sua cidade.
Fabietto é um jovem napolitano que não é dos mais sociáveis e têm como principais vínculos os seus familiares. Em meio a sua pacata vida de ouvir música e de intrigas de parentes, um evento iria mudar Nápoles para sempre, o craque Diego Maradona estava deixando o Barcelona para se juntar ao Napoli — que naquele momento não passava de um coadjuvante.
Decididamente o diretor aqui não teve o mínimo medo de se expor, mas não só isso, não teve medo de parar e contemplar os momentos. Sorrentino nos deixa sentir as emoções junto com Fabietto, nos dá o tempo e perspectiva para enxergar o que ele enxerga, proporcionando uma união única entre protagonista, cidade e espectador. Além é claro, de ser um grande triunfo técnico, com destaque para belíssima fotografia da Daria D'Antonio.
Meus vizinhos, os Yamada (1999)

Mudando de continente, vamos para o Japão com "Hōhokekyo Tonari no Yamada-kun". Dirigida pelo saudoso Isao Takahata, temos aqui mais uma belíssima animação do renomado Studio Ghibli.
Baseado no mangá "Nono-chan", acompanhamos o dia a dia da família Yamada. O longa é dividido em pequenos capítulos que servem como pequenas histórias sobre algum dos personagens em específico ou sobre toda a família. A maioria com um teor leve e engraçado, mas outras já trazem o tom sentimental e bonito que usualmente vemos em filmes do Studio Ghibli.
O estilo de animação dessa obra diverge bastante de outras produções do estúdio e até mesmo do diretor. Foi o primeiro filme 100% feito de forma digital pelo Studio Ghibli, essa foi a forma encontrada para possível o belíssimo desenho em aquarela do longa. "Meus Vizinhos, os Yamada" é fofo, tocante e engraçado, além de possuir um traço único de animação.
Estômago (2007)

Por fim, fechamos a lista com um filme nacional, "Estômago". Marcos Jorge dirige uma obra cheia de personalidade que já é amplamente reconhecida como clássico moderno do Brasil.
Aqui somos introduzidos a Raimundo Nonato, um nordestino no sul do Brasil que está tentando se virar e sobreviver, e acaba se descobrindo como um habilidoso cozinheiro. Entretanto, isso já é um passado, no presente momento o nosso protagonista está tentando se virar dentro da prisão, como ele chegou lá? Assista!
A proposta de alternar a perspectiva do filme entre passado e presente ajuda a criar todo um sentimento de curiosidade e apreensão pela trama. A direção enérgica de Marcos Jorge propõe um filme dinâmico, com diálogos maravilhosos e marcantes.
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