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LISTA | 6 filmes que se passam na Bahia

Atualizado: 8 de jun. de 2024



A Bahia é nossa terra e desde sempre celeiro de grandes obras artísticas. Nessa lista, o Moqueka traz um pouquinho das obras que retratam nosso estado nos cinemas, passando da década de 60 até 2017.


1 - O Pagador de Promessas (1962)

GloboPlay



O primeiro filme da lista é um clássico e um dos mais famosos longas reconhecidos da história brasileira nas telonas, O Pagador de Promessas. Baseado na peça teatral de Dias Gomes, o longa conseguiu uma projeção absurda, sendo vencedor da Palma de Ouro em Cannes, recebendo uma indicação ao Oscar e virando uma obra de saber comum da população.


Ao fazer uma promessa a uma Mãe de Santo para que seu burro (chamado Nicolau) melhore de uma doença, Zé do Burro agora terá de carregar uma cruz de sua cidade no interior até a Igreja de Santa Bárbara em Salvador. Por ser uma promessa com origem no Candomblé, o padre não aceita a cruz de Zé, e lhe considera como pagão, gerando uma comoção para diferentes lados pela cidade.


Dirigido por Anselmo Duarte, o filme faz questão de abrir as portas para discussões e questionamentos. Seu texto é forte e contém inúmeras críticas não só à igreja católica, mas a diversas esferas da sociedade. Zé do Burro foi eternizado, um homem simples que só queria pagar sua promessa, mas foi posto no meio de um fogo cruzado.



2 - Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964)

GloboPlay/TeleCine



Esta obra não é apenas mais um filme, mas sim um grito de guerra, o eco duma voz que não pode ser calada, o filme definitivo do maior cineasta da história do país, Glauber de Andrade Rocha. Nascido em Vitória da Conquista, o diretor foi um dos líderes do “Cinema Novo” no Brasil, movimento de vanguarda que revolucionou os longas nacionais e os projetou mundialmente.


A trama acompanha a jornada de Manuel e Rosa, um casal de nordestinos que enfrenta a opressão e a seca no sertão brasileiro. Após um incidente de violência, eles fogem e acabam se juntando a um líder religioso, Corisco, formando um grupo que questiona as injustiças sociais e busca sua própria justiça.


Deus e o Diabo na Terra do Sol é um reflexo de sua época, uma crítica muito bem construída ao Brasil de seu tempo, mas que não limita ao passado, ecoando até os dias atuais. As técnicas de gravação aqui são fantásticas, representam um diferenciação única, a luz natural, os movimentos de câmera, componentes que engrandecem ainda mais uma obra tão rica textualmente.


3 - Dona Flor e seus Dois Maridos (1976)

TeleCine



Adaptando a clássica obra de Jorge Amado, o filme foi um sucesso sem pretendentes, detendo por 34 anos o recorde de público no cinema brasileiro. Seus toques cômicos, satíricos e sensuais são um deleite até os dias de hoje, junto a uma fantástica reprodução dos anos 40 na Bahia.


O filme narra a história de Dona Flor, uma professora de culinária que se casa com Vadinho, um homem sedutor e irresponsável. Após a morte de Vadinho, Dona Flor se casa novamente com o farmacêutico pacato e estável, Teodoro. A trama se desenvolve quando o espírito de Vadinho acaba retornando a terra, mas apenas Dona Flor pode vê-lo, gerando dúvidas na mulher que agora tem dois maridos.


Em tela, um trio lendário, Sônia Braga como a personagem título e no auge de sua popularidade, José Wilker como o malandro Vadinho e Mauro Mendonça como o ilibado Teodoro. Por trás das câmeras, só nomes lendários, Bruno Barreto na direção, com o lendário Eduardo Coutinho e o grande Leopoldo Serran como co-roteiristas.


4 - Cidade Baixa (2005)

Netflix/GloboPlay



Dirigido por Sérgio Machado, a obra é uma grande homenagem ao bairro em que se passa, o lugar que dá nome ao filme, a Cidade Baixa. Este é um dos vários filmes com a participação da dupla Wagner Moura e Lázaro Ramos, aqui tendo a companhia de Alice Braga. O trio domina a tela e futuramente se tornaram os três principais expoentes da atuação brasileira nos cinemas.


Deco (Ramos) e Naldinho (Moura) são melhores amigos desde a infância e comandam um barquinho de cargas. Contudo, quando a prostituta Karinna (Braga) entra em suas vidas, a relação entre os dois estremece, criando um violento triângulo amoroso, aflorando os nervos da dupla. As dificuldades para ganhar dinheiro põem o três em situações desconfortáveis e por vezes cometendo crimes.


É um drama bem direto com suas intenções, desde o início é possível pegar as nuances do que será o ás da história. A amizade que aos poucos vai se tornando rivalidade é muito boa de acompanhar, observando a mudança de postura dos protagonistas ao longo da história. Mesmo buscando se reafirmar como amigos, algo ali está quebrado, desejo e cobiça acabam por aflorar os sentimentos reprimidos de ambos.


5 - Ó Paí ó (2007)

Belas Artes à La Carte



Baseado na peça teatral de Márcio Meirelles, o filme de Monique Gardenberg se tornou o grande expoente da baianidade no cinema nacional. O nome já diz tudo que se precisa entender aqui, uma expressão da Bahia para uma obra que vibra o estado, e em especial sua capital, com foco no Pelourinho.


Mostrando o dia a dia de um cortiço no Centro Histórico de Salvador, Ó Paí ó divide sua atenção. Ao invés de focar em apenas um, vai mostrando um pouquinho de como cada um de seus personagens se relaciona com a cidade nos últimos dias de Carnaval.


Uma comédia dramática, com uma grande veia musical e fortes críticas sociais não poderiam representar melhor a Bahia, uma série de ingredientes que juntos dão uma bela Moqueka. Aliás, o filme ganhou uma sequência que será lançada nos cinemas ainda neste mês de outubro.


Mais uma vez, Lázaro Ramos e Wagner Moura estão presentes, novamente mostrando suas ligações com sua cidade natal e aqui entregando uma das grandes cenas do cinema nacional nos anos 2000, segue o vídeo mostrando esse icônico momento.



6 - Café com Canela (2017)

Amazon Prime Video/Plex



Uma obra tão delicada assim merece ser mais apreciada. Mudando o usual cenário de Salvador e se dirigindo para o Recôncavo Baiano, Café com Canela é uma belíssima produção que explora diversos sentimentos ao seu espectador, incluindo fortemente o luto.


O filme narra a história de Margarida, uma mulher que está enfrentando a dor da perda de seu filho. Ela se distancia do mundo ao seu redor, mas encontra um novo propósito ao reencontrar a amizade de Violeta, que também vive seus próprios desafios. Juntas, elas embarcam em uma jornada de superação e autoconhecimento, enfrentando suas dores e buscando novos caminhos para a felicidade e aceitação.


Esse é o primeiro longa dirigido pela dupla Ary Rosa e Glenda Nicácio, os quais criam aqui uma obra muito emocional e sensível. Seus valores são fundamentais e reforçam o poder do sentimento de união, possibilitando superar as perdas da vida. As atuações de Aline Brunne e Valdinéia Soriano elevam a narrativa, tornando "Café com Canela" um retrato tocante e reflexivo.


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