CRÍTICA | Moana 2 toca no coração de qualquer pessoa

O primeiro filme de Moana com certeza marcou o coração de quem assistiu com suas músicas icônicas e personagens memoráveis. Moana 2 traz de volta alguns personagens já conhecidos e amados pelo público, como a Moana (obviamente), Maui, Heihei (o frango), Puá (o porco), entre outros, mas também apresentou novos personagens que podem ser muito importantes no futuro.

Logo de cara, nas primeiras cenas, já dá para dizer que a animação está impecável. As cores vivas e o design dos personagens e cenários estão realmente impressionantes. A narrativa começa introduzindo o que será o propósito da vez. No primeiro filme, Moana teve que restaurar o coração de Te Fiti, e dessa vez ela tem que continuar o legado de seus ancestrais navegantes, restaurando a ligação entre os povos ao encontrar a ilha de Motufetu que foi escondida por Nalo, um deus maligno com sede de poder.

Uma protagonista mais madura, com uma maior conexão com a aldeia e a família, tendo outros motivos para se preocupar ao embarcar mais uma vez numa aventura. Além de todas as preocupações esperadas, Moana tem uma forte ligação com a irmã mais nova Simea, com certeza a personagem mais fofa do filme. O maior impasse para seguir nessa nova jornada é o medo de deixar a irmãzinha. 

Reprodução/Disney

Outra diferença para o primeiro filme é que dessa vez ela não navega sozinha, novos personagens são adicionados à sua aventura. Loto é uma espécie de artesã/engenheira, amiga de Moana e com uma personalidade forte e peculiar, responsável pela manutenção dos barcos. Moni é um mega fã do Maui, e tem uma força essencial para guiar o barco com mais passageiros pelos mares, além de ser um grande conhecedor de histórias e criar desenhos em tecidos. 

Outro personagem que chama a atenção é Kele, um idoso da aldeia mestre em agricultura, que cuida dos suprimentos da viagem com seu humor ranzinza e leve repúdio à cantoria e animação da equipe, além de aparecer frequentemente com cocos nos braços simulando boias por não saber nadar. Além disso, Moana apresenta forte ligação com seus ancestrais, que aparecem para oferecer conselhos e sabedoria. Não posso deixar de citar o frango e o porco mais adorados do público, obviamente Heihei e Puá também embarcam nessa aventura.

Aí você se pergunta, mas cadê o Maui? Do outro lado da história, correndo atrás do mesmo objetivo da Moana, mas de uma forma diferente. Meio enrolado na situação, digamos assim, sem dar muito spoiler. Na complicada situação de Maui, é apresentada mais uma personagem, aparentemente uma vilã chamada Matangi e que não se revela até o momento, apenas vultos e a voz. 

Reprodução/Disney

No meio do caminho, Moana e seus companheiros se deparam com velhos conhecidos, os Kakamora. Coquinhos piratas que dessa vez conseguem se comunicar graças às habilidades de interpretação de desenhos de Moni. Com um objetivo em comum, e o mesmo problema à frente, formam uma improvável aliança até que tudo aparentemente dá errado (vai ter que assistir o filme pra entender, qual a graça de eu contar tudo?).

Pulando todo o caos e cantoria, o grupo ganha mais um integrante, um coquinho pirata guerreiro Kakamora, se dividem acidentalmente e uma parte do grupo finalmente se encontra com Maui. Já Moana, acaba sozinha e se depara com a aparente vilã que agora se revela. Matangi é uma personagem surpreendente, com um grande potencial que provavelmente será melhor aproveitado no futuro. Deixando dúvidas no espectador quanto a sua índole, se era “do bem” ou “do mal”, Matangi além de acabar ajudando Moana a encontrar Maui e seus amigos, também à ajuda a encontrar o que precisava, com um olhar diferente para os desafios:  “sempre tem outra maneira” é a lição ensinada.

Chega o momento crítico do filme, onde tudo começa a dar certo e acaba virando uma bagunça e dá tudo errado, minando a confiança da protagonista e de sua equipe. É nesse momento que reflexões e lições são ensinadas. Moana é encorajada por Maui e recebe apoio dos amigos também, a força que precisava para seguir com seu objetivo.

Reprodução/Disney

Não vou contar o final do filme, mas posso dizer que a narrativa foi muito bem construída, a trilha sonora carrega o espectador para o momento vivido, trazendo o ar de tensão quando necessário, de força e superação. O plot twist do final abre portas para coisas maiores em possíveis sequências. Digamos apenas que Moana agora está em outro patamar. 

Minha única ressalva com Moana 2 é que senti falta de uma música mais marcante e presente como a do primeiro filme. Não sei dizer se alguma vai fazer tanto sucesso quanto a primeira. No geral os diálogos do filme são divertidos, personagens como o Maui trazem aquele quê de ironia que deixam o filme engraçado quando possível, mas em outros momentos a narrativa consegue ser profunda e sentimental, arrancando lágrimas de quem assiste. Um filme infantil que toca no coração de qualquer pessoa, vale a pena conferir. 

Nota: 5/5 🏝️🍹⛱️🌞 🌊