CRÍTICA | Maria Callas é uma estrela dentro de uma história lenta e tediosa
- Larissa Sena
- 16 de jan.
- 2 min de leitura

O mais novo filme de Pablo Larraín, que chega aos cinemas brasileiros com a promessa de entregar uma atuação digna de uma indicação ao Oscar, traz a história bibliográfica da cantora greco-americana, Maria Callas, interpretada por Angelina Jolie.
O filme se passa na década de 70 e acompanha a prima-dona durante seus últimos dias. Somos guiados por lugares majestosos e belas vistas parisienses, enquanto ela recapitula a própria vida e faz um apanhado de suas memórias.
Apesar de esteticamente bonito, o filme acaba caindo no padrão do diretor chileno: lentidão ao contar mais uma nova história velha. O que para os entusiastas da ópera e da própria “La Divina” pode se apresentar como poético, para o espectador comum pode se apresentar como lento e até tedioso em alguns momentos.
Mas, como não é só de andamento que um filme é feito, a biografia consegue te prender até o final já que, entre as muitas mudanças de opinião sobre o local onde o piano deve ficar e cenas recheadas de música clássica, fica a curiosidade: o que teria levado a personagem a chegar onde chegou? E é com entrevistas imaginárias e memórias em P & B que conseguimos acompanhar o passado e o presente dessa cantora um tanto excêntrica e com uma história muito complicada.

A obra cinematográfica nos guia entre momentos novos e antigos, construindo o caminho para que nós consigamos entender como uma adolescente, que cantava para soldados na época da guerra, se tornou uma das maiores cantoras de ópera de sua época. Paralelo a suas memórias, também acompanhamos a evolução de seu vício e da perda gradual de sua sanidade física e mental.
E quanto à promessa de uma indicação? Angelina Jolie atua maravilhosamente bem, mas as cenas de cantoria deixam um pouco a desejar, seja por erros da própria pós-produção do filme, seja pela carreira extensa da atriz escolhida, que tem a voz facilmente reconhecível, a impressão que se tem é que realmente não é ela quem está cantando. Apesar disso, a atriz estadunidense entrega cenas de grande qualidade, que te fazem realmente esquecer de que ela não é a própria cantora e até questionar a sanidade da personagem retratada.
Em resumo, a construção da obra é bem feita e as provocações feitas ao longo do filme, para aquele que realmente está empenhado em vê-lo, são responsáveis por prender a atenção até o final. Porém, a lentidão com que a história é contada, apesar de às vezes fazer sentido para a narrativa, torna o longa um pouco massante e levemente chato.
Nota: 3/5
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