CRÍTICA | Emilia Perez deveria ser proibido?
- Larissa Sena
- 6 de fev.
- 2 min de leitura

Emilia Perez, o filme mais polêmico nos últimos anos a ter relevância. Obteve inúmeras premiações, como o próprio Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro, além de 13 indicações ao Oscar. A quantidade de vezes que esse longa foi laureado, nessa temporada de premiações, te faz questionar se realmente não tem algo de bom nessa história.
O musical, dirigido pelo francês Jacques Audiard, conta a história de Manitas, um líder de um cartel muito influente no México, que contrata Rita (Zoe Saldaña), uma advogada frustrada, para ajudá-lo a se tornar a mulher que sempre quis ser - Emília Pérez (Karla Sofia Gascon). E é através de músicas nem um pouco cativantes e melodicamente cansativas que acompanhamos desde o processo de redesignação sexual, seja a escolha do profissional que realizará a cirurgia seja o pós operatório, até a nova vida da protagonista.

Além de ser um filme sobre uma história ambientada no México, que conta com zero atores mexicanos em papéis principais, o longa estereotipa tudo referente à cultura latina. Nem o idioma conseguiu fugir das garras do francês que, ao escolher atrizes que não sabiam espanhol previamente, entrega um longa com diálogos arrastados e cenas que te fazem questionar como este filme não é uma sátira de baixo orçamento. Cenas protagonizadas principalmente por Selena Gomez, te fazem querer sair da sala de cinema e ouvir uma música latina de qualidade para refrescar o canal auditivo.
Zoe Saldaña, que parece ser a única salvação do longa, atua bem, carregando a narrativa nas costas com um espanhol arranhado. Karla Sofia Gascon parece trazer melhores atuações em manobras de publicidade, como em entrevistas para difamar outros filmes, do que durantes os 130 minutos da película. A atriz foi a única das três protagonistas que sabia espanhol previamente, já que é originalmente de Alcobendas, na Espanha, o que novamente é incongruente com o sotaque de onde o longa é ambientado.

Em resumo, é revoltante como esse musical se tornou um forte competidor em prêmios como Melhor Filme Estrangeiro ou de Língua Não Inglesa, categorias essas criadas para trazer maior visibilidade para as verdadeiras obras estrangeiras, que retratam narrativas congruentes com seu país de origem. Emília Perez, reinventa a maneira que um filme pode ser ruim, estereotipando a cultura mexicana e agredindo nossos ouvidos com músicas que precisaram de modificação por inteligência artificial.
Nota: 0,5/5
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