CRÍTICA | Besouro Azul: El Chapolin Azulado
- Victor Lee
- 20 de ago. de 2023
- 3 min de leitura
Atualizado: 8 de jun. de 2024
Diante de alguns fracassos, a DCU resolveu resetar tudo para essa nova fase cinematográfica comandada pelo Diretor James Gunn, atual co-presidente-executivo dos estúdios. Nesta nova jornada, chega o penúltimo filme da empresa este ano, Besouro Azul. O filme chegou às telonas brasileiras na última quinta-feira e é o primeiro da DC focado em um super-herói latino.

Na trama, somos apresentados a Jaime Reyes, um jovem recém-formado em Direito que volta para casa cheio de sonhos para o futuro, mas acaba descobrindo que algumas coisas em seu lar não estão da mesma forma quando deixou. Enquanto tenta ajudar a família, o destino intervém quando Jaime inesperadamente se encontra na posse de uma antiga relíquia de biotecnologia alienígena: o Escaravelho.
O longa é dirigido por Angel Manuel Soto, diretor de Charm City Kings (2020). Em Besouro Azul temos Xolo Maridueña, interpretando o protagonista. Ao lado dele, nossa estrela brasileira Bruna Marquezine vive Jenny Kord, interesse romântico do herói. Nessa adaptação, Jenny é brasileira e filha de Ted Kord, o segundo Besouro Azul.
La Química
Maridueña consegue ser verdadeiro em sua atuação, demonstrando com simplicidade algo que já está bem acostumado por interpretar Miguel Diaz. Em Cobra Kai, o ator passa por várias dificuldades, como lutar com valentões e sofrer acidentes, até chegar na sua supressão e se tornar um dos melhores alunos do dojo. Em contrapartida, Jaime necessita de um rápido amadurecimento.

Por sua vez, Bruna Marquezine não sente nenhum pouco o peso do protagonismo. Apesar de ser sua primeira personagem em Hollywood, a atriz rouba toda cena em que aparece, principalmente nos momentos envolvendo drama. Sem falar da dicção e do vocabulário impecável que a brasileira esboça sem qualquer esforço, mostrando um grande potencial que merece mais chances em futuras produções internacionais.
Dessa forma, Bruna e Xolo sustentam bem o roteiro com suas atuações, realçando a visibilidade latina e carregando o filme nas costas. Os dois se conectam mostrando uma bela dinâmica para trama, com uma leve pitada de romance referente às novelas mexicanas enfatizando o drama e amor dos mocinhos que vai ganhando forma ao decorrer da história.
A Família Reyes

É evidente o quanto a família tem um papel fundamental no enredo. Soto conseguiu extrair muito bem o poder dela e representar os costumes latinos. O núcleo familiar é bem realista e super divertido. Embora a equipe Reyes tenha muito humor, isso não chega a atrapalhar as questões séries que são apresentadas.
Além do casal principal, todo resto do elenco também possui química entre si. George Lopez, Elpidia Carrillo, Damián Alcázar, Belissa Escobedo e Adriana Barraza fazem um trabalho muito bem feito. Em especial López, que se mostra um companheiro de cena perfeito para Xolo, proporcionando situações cômicas e sentimentais sem ofuscar a história dos outros.
Veredito Azul

Besouro Azul consegue se conectar com o público com sua grande influência latino-americana, mostrando muito além das referências que existem em outros filmes e preparando terreno até para possíveis continuações. Porém, nem tudo são flores e por mais que o filme consiga ser superior aos seus anteriores, ele ainda peca na questão do arco dos antagonistas. Por não ter um foco tão relevante como outros personagens. Victoria Kord (Susan Sarandon) é uma vilã clichê, assim como Carapax (Raoul Max Trujillo), que aparece mais no filme por conta da ação.
Mesmo sendo um filme que utiliza aquela velha fórmula usada por outros do mesmo nicho, a obra surpreende com um ótimo CGI e sabendo balancear seus momentos cômicos com as partes sérias. A produção é um dos melhores filmes de herói deste ano e El Chapulín Azulado consegue trazer originalidade, empatia e representatividade.
Nota: 3.5/5
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