CRÍTICA | As Tartarugas Ninja e o Carisma Mutante
- Victor Lee
- 31 de ago. de 2023
- 3 min de leitura
Atualizado: 8 de jun. de 2024
Diretamente dos esgotos de Nova Iorque para as telonas, “As Tartarugas Ninja: Caos Mutante” estreia nesta quinta-feira (31). O filme dirigido por Jeff Rowe conta a origem das tartarugas em uma nova versão animada. Cheio de emoção, humor e muita ação para acabar com o mal da superfície, o filme ainda conta com um estilo de animação que já encantou só pelos trailers.

A trama se passa após 15 anos dos acontecimentos que tornaram as tartarugas em mutantes. Agora, além de serem adolescentes, Leonardo, Raphael, Michelangelo e Donatello têm uma grande missão dada pelo seu pai, o mestre Splinter. Não terem contato com o mundo fora dos bueiros. Mas tudo acaba indo por água abaixo quando eles conhecem a jovem April O'Neil. Os famosos quelônios tornam-se amigos de uma humana para tentar se encaixar em uma ambiente totalmente diferente da realidade dos "Teenage".
Visual COWABUNGA!
Com as semelhanças na junção de animação em 3D com sacadas de histórias em quadrinhos. Assim como as artes de The Mitchells vs. The Machines e da direção de Jeff Rowe, os traços cartunescos são cruciais para deixar a obra criativa e emocionante. O grande responsável por isso é o produtor de design Yashar Kassai, que repete seu trabalho em Aranhaverso e os Mitchells vs. Máquina.

Em Caos Mutante, o visual é único e repleto de referências, como as de Curtindo a Vida Adoidado e de vídeos clássicos ao estilo Kung-Pow que, com certeza, vão divertir o público. Dessa forma, tanto os traços quanto a criatividade foram além do que podemos imaginar, com menções às antigas animações das tartarugas.
Eles acertaram até mesmo na tomada de decisão em deixar os rabiscos para caracterizar os primeiros rascunhos da animação, especialmente nos cenários e na ambientação ao redor dos personagens. Mérito da equipe de design. Já o roteiro é desenvolvido pelo diretor Rowe ao lado de um quarteto que inclui Seth Rogen e Evan Goldberg (The Boys), além de Dan Hernandez e Benji Samit (Detetive Pikachu).
Dublagem original vs brasileira
A ideia central de Jeff Rowe e Seth Rogen em colocar um quarteto da mesma idade que os personagens deu muito certo, fora a confiança em permitir que os garotos improvisassem muitas de suas interações. Isso deu a Caos Mutante um enriquecimento inovador para a franquia, que completa 40 anos em 2023. Além de contar com um grande elenco para dar voz aos personagens no longa, como: Nicolas Cantu (Leonardo), Brady Noon (Raphael), Shamon Brown Jr. ( Michelangelo ), Micah Abbey (Donatello) e Jackie Chan (Mestre Splinter).

Já na dublagem brasileira, a direção ficou nas mãos do incrível Wendel Bezerra, que mais uma vez mostrou por que é um dos melhores dubladores do mundo. Wendel conseguiu extrair muito bem a essência brasileira nas falas dos protagonistas e de outros personagens, desempenhando uma liberdade igual ao original, mas com o toque brasileiro. As referências a memes, as músicas do cotidiano e o talento dos nossos dubladores também não faltaram.
O destaque sem dúvidas vai para a personagem April O´Neil, que no original é interpretada por Ayo Edebiri (The Bear). Já no Brasil, a missão ficou para Any Gabrielly, que arrasa na sua atuação, deixando sua personagem leve e verdadeira, sem contar na dinâmica incrível que ela consegue transmitir com as tartarugas. Outra surpresa no elenco foi o cantor Léo Santana, que no longa, cede a voz para o personagem Genghis Rã, um sapo mutante que integra o time de vilões liderado pelo personagem Super Mosca.

Veredito do Caos Ninja
As Tartarugas Ninjas: Caos Mutante é uma explosão de nostalgias para toda a família. Com seu roteiro leve e bem-humorado, deixa claro o quanto as animações estão se reinventando a cada ano de forma positiva e criativa.
Embora a obra seja direta, não chega a ser um problema para a história, que retrata muito bem as interações dos vilões, dos humanos com os mutantes e uma das mais importantes no filme, a relação da família de tartarugas com seu pai Splinter.

Por fim, a animação consegue concretizar com perfeita exatidão sua mensagem ao público com diálogos extrovertidos, referências à cultura pop e uma trilha sonora que se encaixa satisfatoriamente com cenas de ação e comédia. Nada melhor que correr para o cinema com um único objetivo: assistir o caos mutante nas telonas!
Nota: 4,5/5 🍕
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