Critica | Homem-Aranha Através do Aranhaverso é um evento ÉPICO!
- Victor Lee
- 7 de fev. de 2024
- 5 min de leitura
Atualizado: 8 de jun. de 2024

Uma das principais animações de 2023 é Homem-Aranha: Através do Aranhaverso, além de ser uma continuação do filme de 2018 e vencedor do Oscar na época. Nesta nova fase, acompanhamos o amadurecimento de Miles Morales e suas aventuras, tendo uma vida dupla de super-herói e de um garoto do Brooklyn. A obra é, com certeza, bem mais grandiosa e ambiciosa que a primeira, conseguindo explorar os diversos universos de cada aranha.
Na direção, temos um novo trio: Joaquim Dos Santos (Voltron: O Defensor Lendário), Kemp Powers (Soul) e Justin K. Thompson (Tá Chovendo Hambúrguer), que fizeram ótimos trabalhos, tendo agora a missão de levar a sequência do Homem-Aranha a mais um prêmio. Já o roteiro da obra ficou a cargo de Phil Lord (Tá Chovendo Hambúrguer), Christopher Miller (Lego: O filme) e Dave Callaham, responsável por Shang-Chi.

Foto: Sony Pictures Entertainment
Na trama, Morales é transportado para uma aventura épica através do multiverso com um novo time de Pessoas-Aranha, formado por heróis de diversas dimensões. No entanto, tudo muda quando os heróis entram em conflito sobre como lidar com uma nova ameaça, e Miles se vê em um impasse. Para piorar a situação, eles precisam enfrentar um vilão muito mais poderoso do que qualquer coisa que já tenham encontrado. Agora, para salvar as pessoas que ele mais ama, Miles deve redefinir o que significa ser um Homem Aranha. Animação do Ano?
Já não é de hoje que as animações estão sempre se modernizando, em 2018 certamente foi um avanço instantâneo no estilo visual tanto dos personagens quanto das paisagens do filme, assim, cativando o público e os críticos, dando uma nova fase às animações, exemplo disso A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas (2021), Gato de Botas 2: O Último Pedido (2022) e As Tartarugas Ninja: Caos Mutante (2023). Dessa forma, Homem-Aranha Através do Aranhaverso é um marco para a representatividade na Cultura Pop seja por ter um protagonista negro, a reunião de várias aranhas, o humor para todos os públicos e sua história frenética e cheia de sutilezas para trazer problemas reais para sua animação.

Foto: Sony Pictures Entertainment
Um dos seus pontos positivos é a inovação em cada cena e nos seus atos, proporcionando uma bela experiência ao presenciar uma obra de arte em filme. Assim, como no primeiro Aranhaverso, nesta sequência, é nítido ver que cada visitante interdimensional tem uma aparência, textura e cores que têm a ver com sua personalidade e inspiração. Isso fica evidente já no início, com a Gwen Stacy narrando os fatos que ocorreram anteriormente, demonstrando o uso do efeito “smear”, em que é possível ver várias mãos e baquetas quando ela está tocando bateria. Sem contar o quanto é cuidadoso cada traço dessa continuação, assim, mostrando quão grande é esse filme e o número de profissionais envolvidos que investiram não só em dinheiro, mas também em tempo e técnicas diversas.
Mas um dos fatores que mais ganhou aclamação no geral são as referências diretas às HQs, ressaltando linhas de ação para mostrar a movimentação do personagem, e o uso das onomatopeias, caracterizando as palavras dos quadrinhos em imagens durante as lutas para exibir os sons e movimentos. Além disso, está na briga com O Menino e a Garça para ganhar a melhor animação do ano.
É muita Aranha, mano!

Foto: Sony Pictures Entertainment
Todo cuidado para criação dos protagonistas foi pouco, imagine ter que criar, pesquisar e adicionar aranhas. Segundo Justin Thompson, um dos diretores, há mais de 280 pessoas-aranhas na sequência, com diversas variedades, sendo algo épico de presenciar, sem falar em tentar caçar todas as aranhas que conhecemos e já vimos em outras animações e nos quadrinhos.
É muito interessante como um personagem se torna tão popular e amado! O Homem-Aranha é essa personificação. Mesmo criado lá nos anos 60, é muito importante ver novas histórias, novos personagens e cada pessoa poder se identificar ao assistir, seja ela negra, branca, latina, asiática, enfim, diversas possibilidades multiversais. Graças ao Aranhaverso, isso é realidade.
Embora existam muitos personagens, a trama nos mostra todos os aranhas em harmonia, sem haver desgaste no roteiro, sempre visando o ponto de vista do Miles e o arco dramático do herói. Mas, sem sombra de dúvidas, alguns sujeitos-aranha ganham nosso carinho e atenção. Um exemplo é o Hobie Brown, o Spider-Punk Aranha, que, mesmo criado em 2015, passou a ser um dos favoritos da galera, assim como o Aranha Escarlate, o 2099, a Mulher-Aranha de Jessica Drew, o Pavitr Prabhakar, o Homem-Aranha Indiano, o Aranha Lego, a Aranha Byte e outros infinitos, que só assistindo com calma é possível analisar.
Um elenco de ponta é possível?
Assim como filmes de alto escalão contam com grandes atores de Hollywood, uma boa animação não pode ficar por fora de trazer um bom elenco para dar voz aos nossos queridos personagens nas telonas. De fato, Homem-Aranha: Através do Aranhaverso é mais ambicioso que o primeiro filme, tal como o seu elenco, tendo o retorno de Shameik Moore (Miles), Hailee Steinfeld (Grew), Brian Tyree (Jeff Morales), Luna Lauren (Rio Morales) e Jake Johnson (Peter B. Parker), reforçando a simetria e o carisma dos atores através de seus personagens.

Foto: Sony Pictures Entertainment
Para manter esse alto nível na lista só tem a melhorar, já que o filme não veio apenas para agradar os fãs, mas para continuar no topo das melhores animações e levar a estatueta para casa. Dessa forma, um elenco adicional foi primordial para conservar o que podemos chamar de épico. Assim como o Oscar Isaac (Homem Aranha 2099), todas as roubadas de cena do Daniel Kaluuya (Spider-Punk), o carisma do Karan Soni (Homem Aranha Indiano) e da Issa Rae (Mulher-Aranha), além do Mahershala Ali (Aaron), Andy Samberg (Ben Reily), Jack Quaid (Peter Parker) e Amandla Stenberg (Spider-Byte) estabelecendo o que já é rico visualmente se tornar bacana de assistir para ver a dublagem.
Já na dublagem brasileira temos talentosos dubladores como Cadu Paschoal, que dá voz ao Miles, a Luiza Cesar para a Grew Stacy, fora, Philippe Maia, Yan Gesteira, Fernando Lopes, e a participação de Wendel Bezerra e outros atores. Mas o que mais surpreendeu foi o convite da Sony para alguns criadores de conteúdo e jornalistas como Aline Diniz, Érico Borgo, Forlani, Carol Moreira, Load Comics, Jovem Nerd e o Azaghal e Lucas Inutilismo, que mesmo que com pequena aparição é bem interessante ouvir suas vozes no longa.
Vereditoverso
Homem Aranha: Através do Aranhaverso é o misto de sentimentos, mesmo reprisando os acertos do primeiro, sua sequência consiste em expandir o seu universo sem pensar em limites. O longa foca na trama do Miles Morales e seu amadurecimento, e até uma uma história bem pé no chão, mesmo com todas as confusões pelas diversas aranhas e suas narrativas multiversas.

Foto: Sony Pictures Entertainment
É uma obra de arte em cores, movimentos e nas representações para cada pessoa que assiste, mesmo com duração de 2h20mins Você mergulha dentro do Filme, mas saí angustiado, sentindo como se tivesse perdido algo. Porém, nos mostra o quão grandioso é ao exaltar todo o legado de um personagem ou melhor, de vários personagens de maneira ÉPICA.
Nota: 5/5
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